sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quem conta um conto... acrescenta um ponto

Os vencedores do Concurso foram:
1º João Sampaio nº 13 - 6º A com a continuação da história "A Cidade e as Serras"
2º Daniela Pais, nº5- 6º A com a continuação da história "Os Maias".
2º Inês Martins, nº10 - 6ºA com a continuação da história "Amor de Perdição"

 
AMOR DE PERDIÇÃO

      Tal como o povo diz, a esperança é a última coisa a morrer e esta é uma história onde a esperança das personagens de viverem felizes e juntos para sempre não tem fim.
      Certo dia os dois reencontraram - se no céu, tal como Teresa acreditara e comunicara a Simão na sua carta.  Nesse mesmo dia, deu – se uma grande festa repleta de alegria, música, cor e claro muito amor e felicidade entre eles.
      Passados dez sois e dez luas, chegou o momento mais ansiado. A noiva (Teresa) estava deslumbrante com pozinhos dourados de magia que cintilavam no seu vestido branco e felpudo como as nuvens que pisava. O véu era feito de raios de sol, que faziam reluzir os seus olhos como diamantes e sobressair o negro dos seus cabelos ondulados. Os seus sapatos pareciam ser feitos de pérola tal como as belíssimas alianças cravadas a safiras. A igreja era feita de conchinhas de mil cores, no seu interior pairava um cheiro a maresia e ecoavam harmoniosas melodias cantadas por inúmeros “anjinhos papudos” de caracóis louros. O noivo (Simão) que já se encontrava lá dentro trajava um fato azul-escuro bordado a ouro e uns sapatos pretos e brilhantes, brilhantes como o seu sorriso e como os seus incandescentes olhos.
      Quando os seus olhares se cruzaram e as alianças se trocaram, os seus lábios uniram – se num beijo sem fim e nesse mesmo instante o céu rasgou – se contemplando o momento com uma chuva de estrelas como se de um fogo-de-artifício se tratasse.
      “Do meio do nada”, surgiu como por magia um anjinho com um presente para os noivos. Quando Simão e Teresa abriram o misterioso embrulho, nem queriam acreditar no que os seus olhos viam: tratava – se de todas as cartas trocadas outrora entre eles.
      Agora sim! Não restava qualquer sombra de dúvida, ambos sentiram a certeza que nada mais os separaria, que o seu amor era um verdadeiro amor de perdição!
Inês Martins, n¬º10,6ºA



Os Maias
      Carlos da Maia e Ega correram o mais velozmente que puderam e com esforço ainda conseguiram apanhar o eléctrico. Viajaram a noite inteira pelas ruas de Lisboa e ao pôr-do-sol desceram em frente do Ramalhete.

 
      Carlos lembrava-se dos bons momentos que tinha passado na Casa do Ramalhete com o seu falecido avô. Entrou na residência com o seu amigo Ega, apanhou a correspondência que ali tinha ficado durante os anos em que viajou pelo mundo fora e começou a lê-la. A carta mais recente convidava-o, por ser um médico de eminência, a voluntariar-se para uma expedição em África.
      Carlos aceitou a proposta e dois dias depois partiu para África. Durante a viagem Carlos trocou olhares intensos e deslumbrantes, com uma senhora da sua idade. Tinha cabelos castanhos e macios como seda a ondearem-lhe de leve sobre a sua testa curta e clássica. Os olhos azuis iluminavam a sua face morena, fazendo parecer a Carlos alguma coisa de imortal e superior à Terra, como se fosse uma deusa. E assim, nasceu no coração de Carlos, uma paixão tão ardente como uma chama enfurecida.
      Quando finalmente chegaram a África, Carlos dirigiu-se ao consultório mais próximo e quando se apercebeu que iria trabalhar com aquela mulher que tanto interesse lhe despertou, decidiu falar-lhe:
      - Permita que me apresente, o meu nome é Carlos da Maia.
      - Muito prazer. O meu nome é Maria Vitória.
      - O que leva uma mulher tão bonita e delicada a sair do seu país? – perguntou Carlos.
      - Eu sou médica e em Portugal o meu pai proibiu-me de trabalhar no consultório da Praça Central, por ser mulher. – desabafou Maria Vitória – Como gosto de curar pessoas doentes vim para aqui, à primeira oportunidade que tive.
      - É de uma grande coragem o seu acto. – admirou-se Carlos – Tenho todo o prazer de trabalhar consigo.
     A cada dia que passava iam-se aproximando cada vez mais. A amizade sem mentiras e composta de uma grande confiança, rapidamente se tornou numa daquelas paixões tão arrebatadoras como os furacões que assolam as aldeias e empurram tudo de roldão aos abismos. Certo dia, Carlos declarou os seus sentimentos a Maria Vitória:
      - Tu sabes o quão te amo! O meu amor por ti fez-me lembrar como é bom viver a vida, ter algo por que correr com ânsia e governar-me pelo sentimento. Queres casar comigo?
      - Claro que sim, nem desejo outra coisa. – respondeu Maria Vitória.
      Casaram-se num dia de Verão fascinante, com uma cerimónia católica e simples. Carlos da Maia com a sua camisa branca, a gravata preta e sapatos igualmente pretos, estava radiante de felicidade. Maria Vitória com o vestido branco de seda cheio de folhos, o seu colar de pérolas ao pescoço e os sapatos brancos, assemelhava-se a uma deusa resplandecente.
      Este foi o dia do princípio de uma vida cheia de paixão, felicidade e sucesso profissional, que Carlos e Maria Vitória tanto desejavam!

Daniela Pais, nº 5 6º A

0 comentários:

Enviar um comentário