segunda-feira, 4 de abril de 2011

Dia Mundial da Poesia - 21 de Março

Paris 102
"Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!"                                 Mário Quintana

A comemoração do Dia Mundial da Poesia, 21 de Março, foi planificada no sentido de garantir que toda a comunidade escolar participasse de forma activa e pudesse, portanto, ser efectivamente assinalada.
Deste modo, foram definidas actividades que envolvessem a leitura e a escrita de poemas, a divulgação de autores e de poesia portuguesa, a saber: concurso “Faz Lá um Poema!” – mural de poesia; Feira do Livro de Poesia; exposição de trabalhos de pesquisa efectuados pelos alunos do 12º A que contemplassem a divulgação de poetas portugueses menos conhecidos pelos alunos; exposição de poemas criados pelos alunos dos 7º A e C, 8º B e 12º A; compilação de poemas de uma multiplicidade de autores portugueses, digitalização dos mesmos para divulgação pela escola; “Diz Lá um Poema!” – actividade em que alunos, professores, funcionários do Agrupamento fossem convidados a dizer poemas, seleccionados ou não previamente; a poesia vai à rua e elaboração de um cartaz de divulgação das actividades.

"Diz lá um Poema!"
Alunos professores e assistentes operacionais  passaram pela BE para dizer poesia...

Os alunos do Jardim de Canas de Senhorim também foram ouvir o "Circo" de José Régio e "O Brinquedo" de Miguel Torga

A poesia Vai à rua
Para chamar à atenção da comunidade para "O Dia Mundial da Poesia" a BE seleccionou um conjunto de poemas de autores portugueses e distribuí-os pelos cafés da localidade, sugerindo aos donos destes que os servissem conjuntamente com o café. A proposta foi bem aceite e os comentários foram muito positivos, demonstrando receptividade a este ou outro tipo de actividades deste tipo.
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Exposição de trabalhos dos alunos
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Concurso
Paris 233 
Os Formandos do EFA Básico e Secundário, também se associaram ao Dia Mundial da Poesia e apresentaram alguns poemas que passamos a divulgar.

Feliz recomeço
Com a meia idade iniciei
Algo que nunca pensei
Que me ia acontecer
Para a escola voltei
Novas coisas aprender
Aqui me sinto feliz
O governo assim o quis
Ao mesmo tempo é divertido
Eu só tenho a dizer
É muito bom aprender
O que não tinha aprendido
Novos amigos arranjei
Aqui me sinto bem
Digo com serenidade
O convívio com os formadores
Para mim tem muitos valores
E isto é a realidade!

Maria Helena Matias Turma EFA B3C

Recomeçar de novo

Quando voltei para a escola
Para mim tudo mudou
Aos professores devo muito
Daquilo que eu hoje sou
Os professores nós lembramos
Todos com muitas saudades
E a todos desejamos
As maiores felicidades
Neste mundo em que vivemos
Com grande hipocrisia
Vejam bem no que está a dar
A nossa democracia
A alegria que eu sinto
Quando vejo o sol chegar
Mas que tristeza será
Se um dia o sol nos faltar
Neste nosso Portugal
Vê-se muita gente nobre
O rico sempre mais rico
O pobre sempre mais pobre
João Pais Sá Turma EFA B3C


Auto-retrato

Sou gordita e pequena
Com cabelo branco e morena. clip_image002
De bom coração, eu sou
Por vezes, na solidão estou.
Amiga de todos, eu quero ser
Sem nada receber.

Este retrato foi feito
Da maneira que sabia,
Por não ter grande jeito,
Não parece a Maria
Que eu sou!
Maria Helena Matias EFA B3C

Autobiografia

António é meu nome,
Nome de Santo popular,
Nascido em Viseu
Baptizado em Santar.

Aos dois anos de idade
Mal sabia caminhar
Meus pais me deixaram
Tiveram que emigrar.

A vida prega partidas
Em geral a todos nós
Quem me acabou de criar
Foram os meus queridos avós.

Com 6 anos de idade
De malinha na mão
Aprendi as primeiras letras
Na escola do Pisão.



A professora não era má
Mas eu usava de manha
Logo nas primeiras férias
Fui passá-las na Alemanha.

Chegou o dia do regresso
Quase nem acreditava
Deixava ficar para trás
As pessoas que mais amava.

Frequentei a minha escola
Até à quarta classe
Sem perder ano nenhum
Mas estudava que fartasse.

Não tendo grandes posses
Logo parei de estudar
Aos 13 anos de idade
Para o campo fui trabalhar.

Sou filho de pais pobres
A vida consegui vencer
O primeiro desgosto que tive
Foi ver meu Pai morrer.

Não tendo muito dinheiro
Resolvi ir trabalhar
Parando com os estudos
Para nada me faltar.

Um dia melhor, outro pior
Tudo isso ultrapassei
Com 15 anos de idade
Fiquei só com minha Mãe.

Olhando a luz das estrelas
Passeando nas vielas
O meu primeiro emprego
Foi na Câmara de Nelas.

No meu primeiro dia
Não sabendo o que iria passar
O destino foi as obras
Com dois baldes de massa carregar.





Foram dias de angústia
Mas nunca arranjei confusão
Quando fiz 18 anos
Tirei a carta de condução.

Como tudo correu bem
Nada me fazia parar
Logo no dia seguinte
Um carro fui comprar.

O meu sonho era a música
Pouco podia fazer
Saía do meu emprego
Para Viseu ia aprender.


15 Anos com a música
Cantando algumas canções
Quando terminava estourado
Sempre grandes multidões.


De norte a sul do país
Muitas aldeias conheci
Quem me dera esse tempo
E viver o que eu vivi.

A música fui deixando
Com uma grande dor
Eram muitas noites perdidas
Sem sentir algum calor.


Hoje estou casado
Com o amor da minha vida
O amor tem destas coisas
Prega-nos partidas.

Moro na Lapa do Lobo
Rua D. Luís Garcia
A casa dos meus sonhos
Com o suor do dia-a-dia.

Uma filha que eu tenho
Com fruto do meu amor
Vai continuar a estudar
Até chegar a doutora.

45 Já passei
Quantos mais não sei dizer
Vou continuar a estudar
Não tenho nada a perder.

Um pouco da minha vida
Por palavras descrevi
Não tive posse de estudar de novo
Hoje gosto, de andar aqui.

António Costa - Turma EFA Secundaria

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