“Fernando pessoa definia-se como “um drama de gente” e inventou outras gentes para viverem o seu drama: os heterónimos. sentados à mesa do Café Pessoa, vamos procurar o nosso próprio heterónimo, descobrindo-lhe a identidade e a história. Depois, vamos passar do guardanapo de papel à ação e, se tudo correr bem, dar corpo ao nosso heterónimo, encarnando-o com a ajuda dos espíritos como Fernando Pessoa fazia. Porque afinal, se na literatura se inventam pessoas, é no teatro que elas ganham vida”.
Foi com esta proposta que, mais uma vez a Fundação Lapa do Lobo, convidou os alunos do 5º ano a entrar no café de Pessoa e a “envolverem-se” com os seus heterónimos e não só. Pois cada aluno depois de tirar de uma caixa mágica uma fotografia tinha de lhe criar o bilhete de identidade, descobrindo através de vários “enigmas” e vários cálculos mentais a sua naturalidade, data de nascimento a altura e mesmo algumas das suas caraterísticas. Depois, e após terem bebido um xarope de menta para que pudessem “chamar a mente”, e com a ajuda dos espíritos interiorizarem o seu heterónimo apresentando-o ao grupo.
De uma forma lúdica e divertida os alunos aplicaram técnicas de escrita e representação, com grande a vontade, tornando este momento impar e muito interessante.
A visita à Fundação Lapa do Lobo
A minha turma, 5º B, foi convidada a ir à Fundação Lapa do Lobo, no dia 22 de janeiro, para participar numa atividade sobre os heterónimos de Fernando Pessoa.
Quando chegámos, entrámos numa sala grande e escura, onde havia mesas e cadeiras que faziam lembrar um café.
Nessa mesma sala, estava um senhor em frente a uma secretária, a escrever um texto numa máquina de escrever antiga. Esse senhor representava Fernando Pessoa.
Sentámo-nos no chão e ouvimos atentamente informações sobre o nas cimento, a vida e os seus heterónimos (várias pessoas que habitam um único poeta).
Para melhor compreendermos quem eram os heterónimos de Fernando Pessoa, fizemos um jogo.
Sentámo-nos nas cadeiras em volta das mesas onde estava um bilhete de identidade por preencher. A nossa missão era criar o nosso próprio heterónimo.
Começaram por nos dar uma caixa com fotografias dentro.
Tínhamos que escolher a primeira fotografia que estivesse a olhar para nós e colá-la no bilhete de identidade.
Debaixo da nossa cadeira, estavam duas letras e com essas duas letras tínhamos que dar um nome.
A seguir, o senhor deu-nos um mapa. De olhos fechados, apontámos com o dedo indicador para o mapa e a localidade que nos calhasse era o local do seu nascimento.
A data do seu nascimento foi criada da seguinte maneira: o dia, o nosso dia de aniversário. O mês, a hora a que nascemos. O ano, 1900, mais o número do nosso calçado.
O próximo passo foi calcular a altura. O senhor colocou uns óculos que imitavam os do Fernando Pessoa em cima da nossa cabeça e mediu a nossa altura, incluindo s óculos.
Em cima de cada mesa estava uma chávena com café para cada um de nós e um pincel.
Debaixo de cada chávena estava escrita uma característica do heterónimo. O meu dava “espirros para dentro”.
Estava criado o meu heterónimo:
Nome: Daniel Pereira
Local de nascimento: Póvoa de Santarém
Data de nascimento: 26/04/1936
Altura: 1,60 metros
Característica: dá espirros para dentro.
Para acabar, tínhamos que descrever a causa da sua morte, fazendo com que rimasse com o seu nome.
Eu escrevi: Daniel Pereira morreu caindo de uma macieira.
Com o pincel pintámos o bilhete de identidade com café, para parecer mais velho.
Por fim, sentámo-nos no chão, em roda, bebemos xarope de menta e partilhámos uns com os outros os nossos heterónimos.
Beatriz Amaral, 5º B
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